terça-feira, 20 de agosto de 2013

Stephen King nos conta um pouco sobre as adaptações de seus livros


Não é novidade para ninguém que muitos dos livros do King viraram filme - alguns fiéis, outros, nem tanto. Mas, de uma coisa é certa: muitos de seus fiéis leitores o conheceram através de alguma adaptação.
Algumas - como À Espera de um Milagre, O Iluminado, Um sonho de Liberdade, e tantas outras - foram sucesso de bilheteria, sendo lembradas até mesmo nos dias atuais.
Há uma certa divergência entre muitos leitores. Alguns gostam de ver adaptações, outros, nem tanto. Alguns aprovam as mudanças, outros, se descabelam ao ver seu personagem favorito tão modificado.
E você, já pensou como Stephen King pensa a respeito desse assunto?
King concedeu uma entrevista a um site, respondendo algumas perguntas. Claro, a maioria das perguntas foram sobre Sob a Redoma - o qual bateu record de audiência nos EUA -, mas ele também nos conta coisas de seus livros e de outras adaptações. Ficou curioso? Confira a entrevista traduzida abaixo:

Stephen King, 65 anos, é o escritor de horror e ficção científica mais famoso do mundo. A adaptação de Sob a Redoma está atraindo audiência semanal de 20 milhões de pessoas, apenas nos EUA.
Onde você arranjou inspiração para Sob a Redoma?
SK: Eu tive a ideia em 1970, quando o preço do petróleo estava começando a decolar. A Opec percebeu que todos tinham carros, eles tinham recursos limitados e começaram a cobrar 11 dólares em um barril de petróleo. Então veio Chernobyl, se preocupando com a poluição e aquecimento global. Pela primeira vez, as pessoas começaram a se perguntar: “o que estamos fazendo com nosso planeta?” A redoma é um microssomo da vida. Todos vivemos sobre ela, neste pequeno planeta azul com recursos reduzidos. Eu não quero escrever sobre romances políticos, mas escrevi um ensaio sobre armas esse ano. É insano que não podemos fazer nada sobre armas semi-automáticas.
Você vem sendo bastante prolífico. Se você teve a ideia para o livro em 1970, porque você só o veio acabar em 2009?
SK: Eu estava ensinando em um colégio, e naquela época eu não tinha tempo ou dinheiro para tal. Eu roubava tempo para escrever nos finais de semana, mas eu não pude fazer a pesquisa que a história requeria. Quando eu finalmente voltei novamente para a história, eu contratei uma pessoa que tinha o material para fazer as pesquisas de alterações climáticas para mim.
Você tem alguma adaptação favorita de suas histórias?
SK: The Shawshank Redemption (Um sonho de Liberdade), Misery (Louca Obsessão), Stand by Me (Fica comigo), The Mist (O Nevoeiro). Um que não vi muitas vezes foi Cujo, com Dee Wallace – é um filme fantástico.
Como você se sentiria se alguém fizesse uma adaptação confusa, fora de eixo com o livro?
SK: É a negação máxima. Se eles fizerem alguma coisa boa, algo que eu não fiz, assim como em Um Sonho de Liberdade e Sob a Redoma, eu digo: “isso é baseado no meu trabalho”. Mas, com algumas das outras coisas, como Firestarter (A Incendiária) (estrelando Drew Barrymore e Martin Sheen), o qual não é particularmente bom, eu posso dizer: “bem, eu não tinha nada a ver com isso”.
Existe alguma coisa que você acha que nunca funciona melhor nas telonas do que no papel?
SK: Não há esse tipo de atitude inclinada agressivamente para frente no cinema. Em meu livro, quando a redoma cai, uma pequena marmota é cortada ao meio. Na série televisiva, é uma vaca. Eu não acho que eles poderiam encontrar um elefante. Minha esposa queria que a vaca fosse da espécie Belted Galloway (uma vaca que tem uma listra branca no meio do corpo)*, mas eu disse que eles estavam muito bem.
Por que você acha que histórias como Sob a Redoma e Lost, a que tem sido comparado, são tão populares?
SK: Você está no trânsito, dirigindo de volta para casa, um carro atrás do outro; você tem as contas que precisa pagar; você tem filhos que precisam ser alimentados. Mas, uma vez por semana, você pode viajar, e, na sua imaginação, você está em uma ilha – ou sobre esta redoma – onde os problemas são muito mais elementares. Há também algumas pessoas bonitonas lá, o que não faz mal.
Onde você evoca a escuridão para alguns de seus trabalhos mais sinistros?
SK: Eu fui atraído por histórias de sobrenatural, suspense e terror desde quando eu era garoto. É alguma coisa que veio construída comigo quando nasci, o mesmo caminho que eu pensava haver romancistas como Nora Robert, por exemplo, que desenhava histórias de amor e romance. E também temos pessoas como Agatha Christie: eu li seus livros e estou no temor de que alguém construiu um terreno que tudo fazia sentido no final. Aqueles que são, para mim, como um truque de magia.
Muitas pessoas podem considerar uma história de Stephen King como uma história que assusta qualquer desmiolado pela primeira vez. Como você se sente sendo responsável por pesadelos?
SK: Nunca fui um escritor intelectual. O relacionamento que eu quero ter com os leitores é mais visceral que isso. Eu tenho esperanças que ele tenham algo para pensar sobre os livros que escrevi, mas eu não me importaria se eles o lessem mais de uma vez, e pensasse sobre o material na segunda vez. Eu apenas o quero assustar pela mer** da primeira vez, sim.
Você acha que estamos vivendo em uma redoma mais sinistra, criada pela tecnologia e vigilância?
SK: Com base em algumas coisas que foram à imprensa recentemente nos EUA, há uma redoma e seu celular é parte dela. Houve um acordo empenhado em demonizar pessoas como Edward Snowden por revelar todos esses segredos enquanto tentávamos ignorar o fato de que o governo sabe toda vez que você disca um número.

E aí, como você encara as adaptações? Estão gostando de Sob a Redoma? Conte-nos!
Fonte: Metro

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